As escadas que dão para a porta escondida da Casa do Design de Matosinhos, não me levaram a pensar que eu estaria a entrar numa extraordinária exposição que nos faz reviver a história da produção gráfica em Portugal.
Em jeito de comemoração do 250º aniversário da Imprensa Nacional, Imprimere - Arte e processo nos 250 Anos de Imprensa Nacional oferece-nos um agradável passeio pela história das técnicas e tecnologias inerentes à produção livro. Enriquecida pela presença das máquinas e dos artefactos relacionados com o processo das artes gráficas, eu diria que é uma exposição indispensável, não só para os aprendizes desta matéria, como para todas as pessoas que gostam e se sentem próximas do livro como objeto.
Descendo a segunda rampa, após a bilheteira, está projetada na parede a enumeração dos sete temas abordados ao longo da exposição: os processos de fabrico do papel, a construção dos tipos móveis, a composição tipográfica, os vários tipos de impressão e, por fim, a encadernação. Todos eles são expostos de uma forma simples e clara, em blocos de informação compostos por pequenas infografias e textos objetivos, transformando o que poderia ser uma explicação densa e cansativa, numa forma prática e didática a exposição de todos os processos.
N.º 2 TIPO e N.º3 TIPOGRAFIA são, na minha opinião, as sala mais apaixonantes. Depois de passarmos pelas vitrines das punções, matrizes e tipos, entramos na ESCOLA TIPOGRÁFICA: esta sala faz-nos sentir que acabámos de entrar numa verdadeira oficina de tipografia, repleta de gavetas apetecíveis inundadas por tipos móveis, prontos a entrar numa nova composição. Quem não conhece o ambiente de uma oficina destas não consegue não ficar maravilhado com esta recriação de cenário, e quem já conhece só tem vontade de lá ficar a compôr até à hora do fecho.
Passamos depois à História e evolução das máquinas de impressão. De encontrar uma réplica de um prelo de Guttenberg já podia estar à espera, mas a especificidade das máquinas que seguem surpreendeu-me. A cada passo uma máquina, duas máquinas, três máquinas, todas elas com diferenças por descobrir. É a este ritmo que vou interiorizando as curiosidades tecnológicas a que a prática da impressão foi submetida.
N.º4 CALCOGRAFIA, N.º 5 SERIGRAFIA, N.º 6 LITOGRAFIA são as matérias que se seguem, oferecendo-nos informação sobre as várias técnicas que também servem a impressão e que nos fazem compreender o campo das possibilidades deste mundo.
Dentro das vitrines da sala da encadernação (N.º7), entendemos o que implicam os acabamentos de um livro, a sua delicadeza, precisão e importância. Esta vitrines parecem baús cheias de tesouros, com livros ricos e cheios de detalhe, que nos mostram o quão este último processo é importante para a produção e apresentação do livro.
Terminado o passeio pelas máquinas do livro, devo acrescentar um último comentário alheio ao temas da exposição, mas que me parece contribuir em grande parte nesta experiência. Todo o espaço envolvente, com uma certa carga industrial, não podia acolher melhor esta exposição. Olhamos para o teto e temos estruturas e componentes elétricos a descoberto, quase que atribuindo um domínio decorativo integrado na própria exposição. Este aspeto faz-nos sentir totalmente absorvidos pelo conteúdo e extremamente acolhidos pelo espaço.
Mesmo em cima da hora do fecho, ainda consegui comprar o catálogo, que considero ser uma das mais bonitas recordações com que já fiquei depois de uma visita a um exposição, e que não podia fazer mais juz à exposição que representa. Cheio de domínio técnico e de uma extraordinária beleza em termos de objeto, não é apenas um catálogo que resume a exposição, mas é também um livro cheio de histórias para contar sobre a importância dos processos e produtos da Imprensa Nacional que enriquece, com toda a certeza,a estante de qualquer biblioteca.
Mesmo em cima da hora do fecho, ainda consegui comprar o catálogo, que considero ser uma das mais bonitas recordações com que já fiquei depois de uma visita a um exposição, e que não podia fazer mais juz à exposição que representa. Cheio de domínio técnico e de uma extraordinária beleza em termos de objeto, não é apenas um catálogo que resume a exposição, mas é também um livro cheio de histórias para contar sobre a importância dos processos e produtos da Imprensa Nacional que enriquece, com toda a certeza,a estante de qualquer biblioteca.
Imprimere - Arte e processo nos 250 Anos de Imprensa Nacional
Casa do Design de Matosinhos
10 de Maio a 3 de Novembro de 2018 (prolongamento até 5 de Janeiro de 2019)
Curadoria de Rúben Dias e Sofia Meira
Entrada livre
Casa do Design de Matosinhos
10 de Maio a 3 de Novembro de 2018 (prolongamento até 5 de Janeiro de 2019)
Curadoria de Rúben Dias e Sofia Meira
Entrada livre
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