quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Poses e Variações


POSES E VARIAÇÕES - ESCULTURA EM PARIS NO TEMPO DE RODIN
26 out 2018 - 4 fev 2019 na Fundação Calouste Gulbenkian 

Quando entrei na sala grande da exposição, reparei que as estátuas pareciam estar posicionadas como um jogo de xadrez. Todas com tamanhos diferentes, de pequenos a tamanhos reais (grandes como um ser humano).


A exposição foca-se no tema da pose enquanto elemento fundamental da escultura figurativa. A exposição procura sublinhar a nova relação que os artistas presentes estabelecem entre o realismo, a sensualidade e o sentimento. A exposição reavive a paixão pela escultura e a perceção da qualidade da representação tridimensional do corpo humano nas suas mais diversas formas.

O conjunto de obras selecionadas para a exposição – que representa o ciclo da vida da infância à maturidade – estabelece assim diálogos criados a partir das diversas poses.


A sala, possuía números a indicar o tipo da pose das esculturas:


1 – A ausência da pose: baseada nas crianças. Os artistas abordaram o motivo com um olhar quase "puro" e também o corpo infantil que se encontrava ainda desarticulado ou em formação, no ato de posar uma dificuldade real;


2 – A figura acocorada: apresenta uma figura que simultaneamente se mostra e se esconde, num jogo de conotação sexual. A escultura encoraja o espectador a contorná-la e, na sua beleza, que permanece virtuosa;



3 – Maternidade: o tema do sentimento maternal esteve presente na arte francesa da década de 1870. Estas cenas foram muitas vezes sugeridas aos escultores pelos seus próprios círculos familiares, no seio dos quais encontraram modelos preferenciais;



4 – Figuras entrelaçadas: procuravam estabelecer através do tema da união de dois ou mais corpos representados. E a proximidade da representação de amantes recorreu à pose para a criação de efeitos dinâmicos na combinação de duas figuras entrelaçadas agrupadas num corpo compacto;



5 – A figura em pé: ilustram o tema intemporal da figura de pé, parada ou em movimento.




Enquanto deambulava na sala para observar as figuras, surgiu uma música (não consegui identificar devido à minha surdez) e um grupo de jovens. No início, andavam aleatoriamente para observar as estátuas e começaram a dançar. Era evidente que estavam a fazer uma atuação para expressar ao público que as figuras são de geral, não somente as estátuas com poses.





Após disso, a sensação que senti sobre a exposição foi tristeza, resumirei o mais possível para compreender os meus sentimentos.

Nasci surda e admiro a Língua Gestual, então comecei a investigar mais sobre a História dos Surdos. A Língua Gestual sofreu de opressão e discriminação pois a sociedade achava que a surdez causava problemas mentais por não conseguirem comunicar.


Ironicamente, desde a Antiguidade, faziam as estátuas com poses para expressar o sentimento e a Língua Gestual é idêntica. Tem a configuração das mãos, localização, movimento, expressão facial e orientação. E não consideravam a Língua Gestual como uma língua até no século XX.

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