RELATÓRIO
DAS II JORNADAS DOS MESTRADOS EM ENSINO
Leonor Wagner Alvim
As
Jornadas dos Mestrados em Ensinos têm como objetivo proporcionar à comunidade
académica dos Mestrados em Ensino da Universidade de Lisboa, uma oportunidade
de reflexão sobre questões atuais da educação e da formação de professores.
Promove a divulgação de trabalhos e troca de experiências entre alunos
recém-diplomados; contribui para a integração dos alunos recém-ingressos no
curso, dando a conhecer diversas problemáticas que lhes estão associadas e as
experiências de docentes, alunos e professores cooperantes. Por fim, pretende
contribuir para a criação de uma identidade dos cursos do Mestrado em Ensino da
Universidade de Lisboa.
A
participação, neste encontro, pode ser feita através da exposição de trabalhos
de alunos dos mestrados, recém-diplomados ou finalistas; e/ou através da
assistência aos trabalhos, sendo esta destinada a toda a comunidade académica.
As
II Jornadas foram realizadas no dia 6 de Novembro, no Instituto de Educação da
Universidade de Lisboa.
Deu
inicio ao ciclo de conferências a Professora Manuela Esteves, com a Conferência
Plenária “O lugar da prática profissional na formação inicial de professores”. A professora demonstrou a importância que a
pratica de ensino supervisionada tem na formação inicial de um(a) professor(a),
afirmando que esta é a componente central da sua formação.
Trata-se
de um tempo de descoberta, exploração, sobrevivência e de por à prova. Deve
incorporar funções na sala de aula, na escola, no sistema educativo e a
sociedade. Os alunos necessitam de ter a oportunidade para observar e
interpretar situações educativas, de fazer planificações, de as por em pratica,
avalia-las, de identificar problemas, de pesquisar, comunicar e de trabalhar em
equipa.
A
pratica de ensino supervisionada faz a articulação real e produtiva, quer entre
as diversas componentes da formação, quer entre os supervisores da instituição
de ensino superior, os orientadores cooperantes das escolas onde se realizam os
estágios e os formandos. O
professor necessita de por em pratica os seus conhecimentos, fazendo a ligação
entre o conhecimento e a ação em contexto, sendo esta feita em situações
concretas de trabalho proporcionadas nos estágios. A pratica profissional é, ou
deveria ser, considerada a componente central da formação de professores.
Terminada
a comunicação da professora Manuela, os participantes dirigiram-se ao átrio do
Instituto de Educação para observar a Exposição de trabalhos realizados ao
longo do ano lectivo anterior.
De
seguida, teve inicio o painel: “O papel do relatório na iniciação à pratica
supervisionada” .
A
primeira comunicação, “Um longo caminho para chegar a bom porto” de Teresa
Braga e Cecília Galvão centrou-se no processo de trabalho ao longo do mestrado
que culmina no relatório final. Foi uma comunicação muito útil para quem está
na fase de iniciar o relatório, pois deram dicas e conselhos sobre as fases que irão passar, falando sobre as dificuldades e obstáculos a enfrentar e qual a
melhor maneira de ter um final de semestre mais tranquilo.
Na
segunda comunicação, “O relatório da prática de ensino supervisionada no
mestrado em ensino da história e da geografia: especificidades de um modelo
bidisciplinar”, Marco Godinho e Maria Helena Esteves deram a conhecer como é
que o Mestrado em Ensino da História e da Geografia está organizado, como é
preparado o relatório e as suas diferenças em relação aos outros Mestrados em
Ensino. A
maior diferença, visto este ter um modelo bidisciplinar, é que o trabalho
começa por ser ensaiado na perspetiva da História e perspetiva da Geografia. São
realizados relatórios em separado para cada uma das disciplinas, pois é assim
que as disciplinas existem no sistema educativo português no 3.º ciclo do
ensino básico e no ensino secundário.
A
intervenção pedagógica é feita em ambas as disciplinas, 5 tempos de 90 minutos
em História e outros 5 tempos de 90 minutos de Geografia, mas para o relatório
final o candidato a Professor deixa cair todo o trabalho desenvolvido no âmbito
de uma área científica para apresentar apenas a outra. O relatório final é
disciplinar.
Marco
Godinho e Maria Helena Esteves falaram ainda sobre as dificuldades sentidas e
as principais aprendizagens que retiram da realização do relatório final. Por
fim deram a conhecer que o modelo bidisciplinar foi substituído por um modelo
disciplinar em direta relação com a concretização destas áreas científicas no
ensino básico e secundário. Todos os estudantes que procurem prosseguir a sua
formação na área do ensino da História ou da Geografia devem agora fazê-lo
apenas numa das áreas disciplinares.
A
ultima comunicação foi feita por Elisa Mendonça e Sandra Henriques e intitulada
“A minha arte é ser eu”. Começaram por explicar que o título desta comunicação deu
nome à exposição de trabalhos sobre autorretrato e autorrepresentação,
realizados por uma turma do ensino secundário público no ano letivo de
2013/2014. Constitui também uma referência ao processo de construção da
identidade de um novo professor de artes através do relatório sobre a prática
profissional. Este foi um trabalho desenvolvido no decurso do acompanhamento da
turma, e realizado com um conhecimento profundo dos contextos singulares dos
alunos e das dinâmicas particulares que ocorrem no confronto entre as diversas
variáveis da sala de aula.
Apresentaram o processo e o desenvolvimento do
trabalho, tanto como as dificuldades que enfrentaram para a realização do
projecto. Uma das dificuldades encontradas foi a ideia de que a opção pelas Artes
parece revelar que a escolha já não deriva da "vocação" mas antes
resulta da fuga a outros campos. Assim, desenvolveram o principal objetivo de
motivar para o trabalho escolar em todas as disciplinas, sobretudo o campo
artístico, o que levou os alunos a compreender que é possível aprender e
melhorar, treinando e explorando diariamente, que há ferramentas que nos
permitem fazer essa exploração de um modo mais seguro. Nessas ferramentas foram
incluídas as diferentes tecnologias, os conhecimentos acerca das abordagens e
soluções apresentadas por diferentes artistas, o entendimento da
contextualização económica, social e política de cada obra.
Terminaram
com o pensamento de que “os processos de ensino e aprendizagem não são uma
linha contínua, mas ocorrem com avanços e recuos sendo necessário reavaliar e
reconduzir estratégias de ação. É necessário identificar o problema, procurar
soluções muitas vezes fora dos modelos quotidianos e agir na busca de melhores
aprendizagens.”.
Na
minha opinião as Jornadas dos Mestrados em Ensino deste ano foram muito úteis
para os alunos finalistas que irão iniciar o relatório de pratica
supervisionada. Alertou-os para a possíveis dificuldades que irão enfrentar e como as superar com tranquilidade.
Foi também útil para os alunos que ingressaram nos mestrados em ensino neste
ano lectivo, pois demonstrou o que terão de um dia fazer, permitindo que se
focalizem já, para o trabalho que tem pela frente, ajudando-os a direcionar os
seus interesses e motivações para o trabalho final.
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