domingo, 3 de janeiro de 2016

RELATÓRIO DAS II JORNADAS DOS MESTRADOS EM ENSINO



RELATÓRIO DAS II JORNADAS DOS MESTRADOS EM ENSINO

Leonor Wagner Alvim 

 
As Jornadas dos Mestrados em Ensinos têm como objetivo proporcionar à comunidade académica dos Mestrados em Ensino da Universidade de Lisboa, uma oportunidade de reflexão sobre questões atuais da educação e da formação de professores. Promove a divulgação de trabalhos e troca de experiências entre alunos recém-diplomados; contribui para a integração dos alunos recém-ingressos no curso, dando a conhecer diversas problemáticas que lhes estão associadas e as experiências de docentes, alunos e professores cooperantes. Por fim, pretende contribuir para a criação de uma identidade dos cursos do Mestrado em Ensino da Universidade de Lisboa.
A participação, neste encontro, pode ser feita através da exposição de trabalhos de alunos dos mestrados, recém-diplomados ou finalistas; e/ou através da assistência aos trabalhos, sendo esta destinada a toda a comunidade académica.
As II Jornadas foram realizadas no dia 6 de Novembro, no Instituto de Educação da Universidade de Lisboa.
Deu inicio ao ciclo de conferências a Professora Manuela Esteves, com a Conferência Plenária “O lugar da prática profissional na formação inicial de professores”.  A professora demonstrou a importância que a pratica de ensino supervisionada tem na formação inicial de um(a) professor(a), afirmando que esta é a componente central da sua formação.
Trata-se de um tempo de descoberta, exploração, sobrevivência e de por à prova. Deve incorporar funções na sala de aula, na escola, no sistema educativo e a sociedade. Os alunos necessitam de ter a oportunidade para observar e interpretar situações educativas, de fazer planificações, de as por em pratica, avalia-las, de identificar problemas, de pesquisar, comunicar e de trabalhar em equipa.
A pratica de ensino supervisionada faz a articulação real e produtiva, quer entre as diversas componentes da formação, quer entre os supervisores da instituição de ensino superior, os orientadores cooperantes das escolas onde se realizam os estágios e os formandos. O professor necessita de por em pratica os seus conhecimentos, fazendo a ligação entre o conhecimento e a ação em contexto, sendo esta feita em situações concretas de trabalho proporcionadas nos estágios. A pratica profissional é, ou deveria ser, considerada a componente central da formação de professores.
Terminada a comunicação da professora Manuela, os participantes dirigiram-se ao átrio do Instituto de Educação para observar a Exposição de trabalhos realizados ao longo do ano lectivo anterior.
De seguida, teve inicio o painel: “O papel do relatório na iniciação à pratica supervisionada” .
A primeira comunicação, “Um longo caminho para chegar a bom porto” de Teresa Braga e Cecília Galvão centrou-se no processo de trabalho ao longo do mestrado que culmina no relatório final. Foi uma comunicação muito útil para quem está na fase de iniciar o relatório, pois deram dicas e conselhos sobre as fases que irão passar, falando sobre as dificuldades e obstáculos a enfrentar e qual a melhor maneira de ter um final de semestre mais tranquilo.
Na segunda comunicação, “O relatório da prática de ensino supervisionada no mestrado em ensino da história e da geografia: especificidades de um modelo bidisciplinar”, Marco Godinho e Maria Helena Esteves deram a conhecer como é que o Mestrado em Ensino da História e da Geografia está organizado, como é preparado o relatório e as suas diferenças em relação aos outros Mestrados em Ensino. A maior diferença, visto este ter um modelo bidisciplinar, é que o trabalho começa por ser ensaiado na perspetiva da História e perspetiva da Geografia. São realizados relatórios em separado para cada uma das disciplinas, pois é assim que as disciplinas existem no sistema educativo português no 3.º ciclo do ensino básico e no ensino secundário.
A intervenção pedagógica é feita em ambas as disciplinas, 5 tempos de 90 minutos em História e outros 5 tempos de 90 minutos de Geografia, mas para o relatório final o candidato a Professor deixa cair todo o trabalho desenvolvido no âmbito de uma área científica para apresentar apenas a outra. O relatório final é disciplinar.
Marco Godinho e Maria Helena Esteves falaram ainda sobre as dificuldades sentidas e as principais aprendizagens que retiram da realização do relatório final. Por fim deram a conhecer que o modelo bidisciplinar foi substituído por um modelo disciplinar em direta relação com a concretização destas áreas científicas no ensino básico e secundário. Todos os estudantes que procurem prosseguir a sua formação na área do ensino da História ou da Geografia devem agora fazê-lo apenas numa das áreas disciplinares.
A ultima comunicação foi feita por Elisa Mendonça e Sandra Henriques e intitulada “A minha arte é ser eu”. Começaram por explicar que o título desta comunicação deu nome à exposição de trabalhos sobre autorretrato e autorrepresentação, realizados por uma turma do ensino secundário público no ano letivo de 2013/2014. Constitui também uma referência ao processo de construção da identidade de um novo professor de artes através do relatório sobre a prática profissional. Este foi um trabalho desenvolvido no decurso do acompanhamento da turma, e realizado com um conhecimento profundo dos contextos singulares dos alunos e das dinâmicas particulares que ocorrem no confronto entre as diversas variáveis da sala de aula.
 Apresentaram o processo e o desenvolvimento do trabalho, tanto como as dificuldades que enfrentaram para a realização do projecto. Uma das dificuldades encontradas foi a ideia de que a opção pelas Artes parece revelar que a escolha já não deriva da "vocação" mas antes resulta da fuga a outros campos. Assim, desenvolveram o principal objetivo de motivar para o trabalho escolar em todas as disciplinas, sobretudo o campo artístico, o que levou os alunos a compreender que é possível aprender e melhorar, treinando e explorando diariamente, que há ferramentas que nos permitem fazer essa exploração de um modo mais seguro. Nessas ferramentas foram incluídas as diferentes tecnologias, os conhecimentos acerca das abordagens e soluções apresentadas por diferentes artistas, o entendimento da contextualização económica, social e política de cada obra.
Terminaram com o pensamento de que “os processos de ensino e aprendizagem não são uma linha contínua, mas ocorrem com avanços e recuos sendo necessário reavaliar e reconduzir estratégias de ação. É necessário identificar o problema, procurar soluções muitas vezes fora dos modelos quotidianos e agir na busca de melhores aprendizagens.”.
Na minha opinião as Jornadas dos Mestrados em Ensino deste ano foram muito úteis para os alunos finalistas que irão iniciar o relatório de pratica supervisionada.  Alertou-os para a possíveis dificuldades que irão enfrentar e como as superar com tranquilidade. Foi também útil para os alunos que ingressaram nos mestrados em ensino neste ano lectivo, pois demonstrou o que terão de um dia fazer, permitindo que se focalizem já, para o trabalho que tem pela frente, ajudando-os a direcionar os seus interesses e motivações para o trabalho final.

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