Fotografia de uma parte da exposição |
A exposição Afinidades Electivas de Julião Sarmento, que esteve patente na Fundação EDP de 16 de Outubro de 2015 a 3 de Janeiro de 2016, mostra o lado coleccionador do artista. Ao contrário do que estamos habituamos, não visualizamos obras do artista, mas sim a sua colecção.
Vimos a visão do que interessa ao artista, em que notamos uma necessidade de possuir,apropriar e o trabalhar com imagens.Em que nos é dado a conhecer o lado recolector de Julião Sarmento,sentindo uma química e inúmeras ligações entre cem artistas e mais de trezentas obras.
Delfim Sardo, o curador da exposição, defini a própria como “uma versão pessoal do que poderia ser o museu de arte contemporânea”.
Visto que é composta por artistas com os quais Sarmento privou,tendo como exemplo: Fernando Calhau, Rui Chafes,Juan Muñoz,John Baldessari, Lawrence Weiner eJorge Molder. E outros tantos com os quais não privou, mas que mostram as suas preferências pessoais, como o caso de Robert Morris,Bruce Naumann e Andy Warhol.
Com tanta multiplicidade de obras na exposição para além de termos uma visão de opções estéticas e poéticas de Sarmento, também conseguimos ter acesso às transformações da arte que corresponde ao período do artista.
Ao caminharmos pelas salas expositivas e pela diversidade de obras (fotografias, vídeos,pintura, escultura, instalação,entre muitos outros),que se encontram divididas em pequenos núcleos.O primeiro impacto pode ser um pouco avassalador para os espectadores,que não tenham conhecimento na arte,principalmente contemporânea. Visto que o diálogo da exposição é feito entre obras e autores diferentes,é preciso ter algum conhecimento prévio para se compreender e reconhecermos o elo de ligação entre as mesmas.
No entanto, para um espectador já conhecedor da obra do autor e da arte contemporânea, concordo plenamente quando o curador afirma que “nesta exposição não se sentem lacunas. É o resultado da vida, e a vida não tem lacunas é o que é.” Consegue-se extrair tópicos, que revemos na própria obra do autor, tais como: o interesse pelas vertentes da sexualidade, a relação entre os corpos, mas também o universo da arte conceptual e das suas inúmeras declinações. E isto devesse ao facto de as obras estarem inteligentemente colocadas e integradas,quase num modo natural.
Somos levados pelo percurso,em que as obras instaladas de um modo peculiar, nos revelam a sua individualidade mas também a própria colectividade, aquilo que acrescentam umas as outras.
Esta exposição é uma viagem bem particular, em que conhecemos os interesses pessoais e processuais de Julião Sarmento, que nos são dados a (re)ver e conhecer um leque de inúmeros de artistas, com ou sem renome ou,mas que de uma forma selectiva nos mostra a coerência que acontece na arte.
A colecção de Julião Sarmento foi dividida em duas partes: uma parte na Fundação Carmona e Costa onde se encontram maioritariamente trabalhos de desenho,enquanto na Fundação EDP obras são de várias dimensões e técnicas que compõem o acervo.
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