Análise da
exposição “Fazer Sentido” – escrita em cadavre
d'excuite
Curadoria de
Emília Ferreira e Vanda Piteira
Artistas presentes: Amélie Ducommun, Ana Mandillo, Ana Rita António, Edgar Massul, Gabriela Albergaria, João Jacinto, João Leonardo, José Batista Marques, Pamela Golden, Pedro Pires e Susana Pires.
Exposição patente na Galeria da Casa da Cerca Salão Nobre e Galeria do Pátio
Artistas presentes: Amélie Ducommun, Ana Mandillo, Ana Rita António, Edgar Massul, Gabriela Albergaria, João Jacinto, João Leonardo, José Batista Marques, Pamela Golden, Pedro Pires e Susana Pires.
Exposição patente na Galeria da Casa da Cerca Salão Nobre e Galeria do Pátio
de 11 de
Março de 2017 a 28 de Janeiro de 2018
Descrição do espaço e dos objetos
expostos
A Exposição encontra-se na outra
margem do rio Tejo, no topo da Casa da Cerca. Este espaço existe como um centro
cultural de referência dentro do centro velho de Almada há quase 30 anos Por si
só, este espaço foi adaptado com cuidado artístico, num pequeno palácio ao
estilo Barroco que se situa no topo de um morro, entre Cacilhas e o monumento
do Cristo Rei em Almada. Não é um espaço desconhecido para mim pois já lá tinha
passado muitas vezes sempre que procuro novas exposições.
Lá existem normalmente exposições
anuais, A corrente tem título “Fazer Sentido”, onde são expostos um
conjunto de peças para serem observadas pelos nossos 5 Sentidos.
Ao entrar no espaço deparamo-nos com
cartaz com uma composição gráfica que faz lembrar uma radiografia acompanhada
de diversos apontamentos. Este cartaz tem anunciando as varias exposições que irão
decorrer durante 2017 e 2018. A principal neste momento chama-se “Fazer Sentido”
com curadoria de Emília Ferreira e Vanda Piteira sobre os trabalhos de 11
artistas centrados nos sentidos ligados há perceção, emoção facultados pelo
conhecimento dentro das memórias ou a imaginação.
Somos acolhidos na entrada por
personagens feitos de ferro, um pintado e outro ferrugento, desenhados com
quadrados soldados uns aos outros de forma a criar duas formas humanas em
movimento eminente lento e pesado. São “manequins” de Pedro Pires, um artista
interessado em fazer uma relação entre o produto conceptual e o poético
transformando metal em desenho e desenho em metal. Os desenhos incluídos neste
espaço, têm uma abordagem mais estética representando ações e situações
relacionadas com o corpo humano. Concebidos através uma abordagem poética e
elegante, usando uma ação bastante violenta para o papel. Feitos com uma
rebarbadora sobre ferro, criando faíscas incandescentes, criando assim um
doppelgänger da escultura, agora refletida no papel. Que o artista da relaciona
nos títulos que dá às obras com o Ar, Caminho e Firme #2.
O itinerário de exposição muda desta
área para outra com uma instalação com beatas de cigarros no chão desenhando
uma forma humana e um texto decalcado na parede norte. Um ensaio de Emília
Ferreira a curadora, sobe como atribuímos significado as coisas e de como fazer
sentido dos sentidos.
A Esquerda junto a janela norte
uma composição de Amélie Ducommum em tinta china sobre papel japonês que nos
apela a refletir sobre a fluidez da água e os seus ritmos como impressões de
nostalgia e do instantâneo.
De seguida somos convidados a
subir para o 1 andar onde entramos na ala Este, agora pintada de verde escuro, com
moveis almofadados em tons de verde colados nas paredes, e com estranhos
objetos almofadados. A norte com sombras interessantes, objetos sentimentais
construídos por Susana Pires são chamados de Abraçatórios, construídas para pessoas
queridas, objetos que se estendem na consciência da falta deles podendo ser
manipulados, abraçados e adorados. As outras obras estão nas paredes sul e
norte as 3 horas. Acidentes desenhados por Gabriela Albergaria inspiradas em
florestas depois de vendavais trovoadas e tempestades. A “Arvore” é um limoeiro
refeito depois de um vendaval nos jardins da casa da cerca muito apreciados
pela sua vista e cuidado com a jardinagem. Gabriela recorre a técnicas de enxertia
para a sua reconstrução de arvores como referência da colonização feita e instalada.
Juntamente um desenho sobre folhas de palma do brasil revelando a passagem do
tempo sobre a cor.
A sul, contrastando, o design e
artes plásticas de Ana Rita António o seu discurso é uma amalgama de praticas,
onde e lhe junta o Próp-project. As obras apresentadas são quadros disfarçados
de sofás pintados com funções aparentes mascarados de quadros e telas para nos
causar confusão.
Posteriormente passamos para um
ensaio de um professor da Faculdade de Belas Artes que expõem uma série de
pinturas a pastel seco e cinza aguadas em papel, sem título, mas poetizadas por
Odilon Redon. A poesia é apropriada pela visão experimentada na flor.
No chão existe uma pequena
instalação feita em cerâmica ou plástico e não tem informação nas paredes, mas
é evidente a sua referência provocatória, para quem vive em Almada e sabe que
os ratos da cidade são os pombos, pois não existe matéria que eles não consigam
assimilar. Ao fundo da sala esta exposta uma mesa, mais alta, de José Batista
Marques. A mesa contém 4 trofeus em forma de natureza morta moderna. Feitas entre
2015 e 2017, em grupos destintos. O primeiro de uma jarra morta e uma armadilha,
para referenciar o inanimado versus a vida e a segunda, para referenciar a
experiência estética e a fruição na arte.
A peça “Mon Chéri” é feita de
pleonasmos ao facto da pintura não ser apenas a uma uni dimensão visual
Dentro de uma sala escura uma
peça mecânica com luz gira à volta de um cilindro recortado em stencil com desenhos
infantis dentro de um cubo. Feita por José Batista, projeta desenhos nas
paredes. Criando conclusão aos sentidos, a escultura “the best Art curator, critic and Historian”, associa o sistema de
funcionamento da Arte Contemporânea à pregunta:
o que é a arte e para onde vai?
Não encontrei 11 artistas mas o itinerário contempla
uma abordagem geral sobre o que esta a acontecer dentro da Arte em Lisboa e em
Almada. Um começo calmo cheio de
incertezas
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