segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Gusto Alves da Silva e João Queiroz Ciclo dedicado à coleção de António Cachola


1.1  - Contexto da Galeria:


Antes de começar a desenvolver uma recensão sobre a exposição “Augusto Alves da Silva e João Queiroz”, ciclo dedicado à coleção António Cachola, principal propósito deste trabalho, devo procurar descrever, sumariamente, o que constituiu a criação do espaço Chiado 8, a sua história, contexto e objectivos.
O “Espaço Fidelidade Arte Contemporânea – Chiado 8”, sediado no edifício da Fidelidade Companhia de Seguros, do Largo do Chiado, “foi inaugurado em janeiro de 2002, com o objectivo de participar nas iniciativas de reabilitação do Chiado, através da criação de um espaço de divulgação de arte contemporânea”[1].
O espaço, que ocupa o terminus,  imediatamente posicionado à entrada do piso térreo do edifício, é composto por três salas, não de grande dimensão, e que se desenvolvem em v. Neste espaço tem vindo a ser exposto o trabalho de muitos artistas com expressão na arte contemporânea. “A iniciativa consiste em precisamente promover o reconhecimento dos talentos portugueses”[2].

Desde 2002 têm vindo a ser muitos os artistas que têm exposto neste espaço: José Manuel Rodrigues, Urbano da Cruz, Álvaro Siza Vieira, Pedro Casqueiro, Lourdes Castro, Gonçalo Barreiro, Pedro Sousa Vieira, Renato Ferrão, Luis Amado, Ana Santos, Pedro Morais, Ricardo Jacinto, Isabel Pavão, Vítor Pomar,Joana Rego, Gerad Castelo Lopes, Costa Pinheiro, Alberto Carneiro, Cristina Ataíde, Luisa Cunha, Ivo Ribeiro, Augusto Alves da Silva, João Moreno, Ida David, Albuquerque Mendes, Jan Voss, René Bertholo, Base Litz, Nikias Skapinakis, René Bertholo, Penk, Jorge Jorge Galindo, Luisa Correia, André Guedes, André Sousa, João Queiroz, José Loureiro, Leonor Antunes, Alexandre Estrela, Ana Jotta, Francisco Tropa, Leonor Antunes , Alexandre Estrela,Jorge Molder, Cruz Filipe, Sónia Almeida e Rui Toscano, João Penalva, Fernando Brito, Pedro Croft.

2.1 - Vida e Obra dos Artistas:

Augusto Alves da Silva tirou o curso de Engenharia Civil no IST - Instituto Superior Técnico entre 1981 e 1984. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian onde realizou uma Licenciatura em em Fotografia no London College of Printing em 1989 e um Mestrado em Belas-Artes com especialização em Media na Slade School of Fine Art em Londres. (Lisboa, 1963) Vive e trabalha em Lisboa)

João Queiroz começou a expor pintura e desenho na primeira metade dos anos 80, enquanto estudava Filosofia na Faculdade de Letras de Lisboa. Ambos os interesses convergiram na sua obra, levando a cabo uma informada reflexão sobre o papel da imagem na contemporaneidade, em abordagens experimentais a problemas antigos da linguagem da arte, tanto ao explorar o potencial das palavras escritas em composições, como, a partir de 1998, ao procurar dar a ver representações sensoriais e não-descritivas da natureza. Foi docente de Desenho, Pintura e Teoria de Arte no Ar.Co (1989-2001). Vive e trabalha em Lisboa[3].




“Ist”,1999. 50 fotografias a cores, R-3. Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento[4]

3.1  - A Obra Exposta

A primeira sala da exposição é ocupada com alguns desenhos de João Queiroz, em técnica mista. Já antigos, datam da década de 90. Os desenhos parecem ser um permanente “retorno generoso à paisagem” (Marmeleira, 2010)[5], e aludem à exposição “Silvae”, do autor, na Culturgest, em 2010. O lápis de carvão, de cor ou guache nos desenhos de João Queiroz parecem justificar uma coerência do artista às suas técnicas e modelos. De facto o tempo em que foram feitos não comprometem a sua posição em relação à arte. Segundo Ricardo Nicolau, Queiroz “não é um artista difícil de identificar. Está muito longe de ser camaleónico, em termos estilísticos”[6] e por esse motivo a obra de Queiroz, entendida como metodologicamente sistemática, não se apresenta como uma ruptura ao que foi, mas sim a um permanente ajustamento, a um possível aperfeiçoamento com os seus princípios.
Num processo em que a arte pode também ser uma “reescrita”, uma obra aberta que cria, nas palavras do pintor, “novas sensibilidades”[7]
Da mesma maneira, e de modo a fazer a ligação entre a sua pintura e a fotografia de Augusto Alves da Silva, na sala seguinte, os dois artistas parecem manifestar, na sua prática artística, embora em diferentes suportes, uma mesma alusão à política, com o recurso à paisagem. Ainda Nicolau revela sobre Queiroz: “porque lhe interessou desrespeitar o estabelecimento das categorias e das hierarquias que sempre orientaram não só aquele género histórico mas toda a nossa relação com a natureza e, mais genericamente, fortemente associada à ideia de subjugação. Se quisermos, talvez, por isso, e contra todas as expectativas, a sua prática art de Augusto Alves da Silva  xpernentemente polas as experctativas, a sua prte associada s. ística já tenha sido apresentada como iminentemente política"[8]
As fotos de Augusto Alves da Silva ligam-se tematicamente a Queiroz pela paisagem e ajudam no  trajeto da exposição. Ocupando a sala do meio, de planta rectangular, as fotografias, em grande formato apresentam a repetição de uma paisagem edílica campestre e que só difere na luz e na hora ou dias em que são tiradas.
Elas enfatizam o lugar em que, em 2003, Durão Barroso recebia Blair, Bush, Asnar. Os Açores. Essas mesmas paisagens evocam a paz nos açores, em que nada acontece e que, por isso, e por se verificar o contraste, foi mesmo nesse lugar, longe de tudo, que foi decidido o início da Guerra com o Iraque.
As fotos penduradas sobre as paredes parecem repetir-se, mudam, no entanto, nas condições de luz em que são fotografadas. A repetição das imagens ajuda assim a enfatizar o lugar onde, embora o tempo passe, nada acontece.
A última sala, mais estreita, culmina com duas pinturas a óleo, em grande escala de João Queiroz, como que se quisesse encerrar ou entrincheirar a vulnerabilidade do tema de Alves da Silva. De novo a paisagem, mas agora sobre tela.

Atribui uma pausa: “Devolve ao espectador um olhar silencioso sobre os pequenos acontecimentos da natureza”[9], porem, inquietaste.
Para quem ainda entra na sala sob o efeito das apoquentações do mundo. Há exposições “diz-nos novamente Marmeleira, onde nos podemos perder, sem receios, acompanhados apenas pelo corpo das obras”. (…) Uma floresta na qual se vislumbram paisagens, arbustos, árvores e outros motivos”.(Marmeleira, 2010)





[1] MARMELEIRA, J. (2010) “Todo o corpo vê na pintura de João Queiroz” https://www.publico.pt/2010/10/13/culturaipsilon/noticia/todo-o-corpo-ve-na-pintura-de-joao-queiroz-267244




[1] Informações retiradas da fonte: http://fidelidade-sustentabilidade.pt/chiado-8-arte-contemporanea/
[2] idem, ibidem
[3] https://dasculturas.com/2013/10/13/biografia-joao-queiroz/
[4] http://www.projectomap.com/artistas/augusto-alves-da-silva/
[5] MARMELEIRA, J. (2010) “Todo o corpo vê na pintura de João Queiroz”, https://www.publico.pt/2010/10/13/culturaipsilon/noticia/todo-o-corpo-ve-na-pintura-de-joao-queiroz-267244
[6] Informações retiradas da fonte http://www.culturgest.pt/docs/jq_chiado8.pdf
[7] idem, ibidem
[8] idem, ibidem

Sem comentários:

Enviar um comentário