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Figura 1: Cidade Gráfica.
Fonte: http://www.thegentlemansmail.com/2016/11/exposicao-cidade-grafica-letreiros-reclames-lisboa-no-seculo-xx/
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Nos corredores do convento, recorda-se o que
foi o retrato urbano da cidade até há bem pouco tempo, numa perspectiva
cultural. Os elementos gráficos, recolhidos com precisão, reflectem a evolução
com incidência no contexto histórico, social e cultural da altura.
Além da consciência pela perspectiva, sobre
como a cidade se apresentava, entende-se o ponto de vista da arte e do design,
a sua interferência e envolvimento na arquitectura e urbanismo. A presença destes
letreiros luminosos eram uma referência estética, assumindo a composição na
ilustração de postais de visita da cidade. Hoje, permanecem vestígios dessa
história, mas pelo encerramento das lojas, a reabilitação urbana e a evolução
do design e publicidade, a herança dos letreiros acaba esquecida e só, em
alguns públicos, permanece acesa nas memórias mais antigas.
O efeito visual existente nas ruas da capital
Lisboeta traduzia o pensamento intelectual que se vivia na época, bem como a
componente técnica que era desenvolvida. Actualmente, já não é mais um elemento
gráfico que compõe as fachadas dos edifícios. Hoje, os letreiros contam a
história das vivências de outrora, alcançado o título de património cultural.
A exposição conta com 70 peças expostas e a
divulgação dos desenhos técnicos, tal como fotografias de letreiros desaparecidos,
anteriores à era néon.
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Figura 2: Letreiros metal e néon Fonte: https://www.almostlocals.com/exposicao-cidade-grafica-reune-antigos-letreiros-de-lisboa/ |
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Figura 3: Letreiros em vidro Fonte: https://www.almostlocals.com/exposicao-cidade-grafica-reune-antigos-letreiros-de-lisboa/ |
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Figura 4: Letreiro em néon, sala das grandes escalas
Fonte: https://www.almostlocals.com/exposicao-cidade-grafica-reune-antigos-letreiros-de-lisboa/
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Um dos pontos altos da exposição, para além
da diversidade de letreiros, diferenciando-se pelas cores, os materiais, que
vão desde o vidro, metais e néons, a liberdade na aplicação de tipos de letra e
a grande escala das peças, são os desenhos técnicos. É enriquecedor para o visitante
da exposição, ver como se apresentam os letreiros na composição da forma e na construção
da fonte. Estes desenhos demonstram o processo de execução e elaboração do
letreiro. A precisão e a noção de escala, a partir de um desenho cingindo ao
tamanho standard de uma folha A3 ou A4, revela a excelência e rigor do
trabalho. Como sala de maior contemplação e atracção na exposição é, sem sombra
de dúvida, a sala das grandes escalas, por todo o trabalho desenvolvido e a técnica
na construção.
Para o visitante, não é apenas o fim da obra
e a sua contemplação que suscita interesse, mas o processo a que foi alvo, a
obra em si mesmo, onde, tudo era projectado e pensado pelo método de
representação.
A mística das luzes dos néons que guiavam,
iluminando o caminho pela cidade, causa em quem viveu de perto essa magia, uma
certa nostalgia.
A exposição vai poder ser visitada até
dia 18 de Março e 2017, abrindo as portas de terça-feira a domingo, das 10 às
18 horas. A entrada é livre.
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