segunda-feira, 12 de novembro de 2018

O mito, lógico...























Ao chegar à Rua do Patrocínio não conseguia encontrar a galeria. Perguntei no café mais próximo onde podia visitá-la. “Atrás dessa carrinha” respondeu, apontando para a mesma que tapava a entrada. No contorno do pára-choques, janelas amplas serviam de tela para um ambiente pop e surrealista que coexistia no interior. Num primeiro plano, destacava-se um mural de uma paisagem desertificada, consolidada com alguns elementos adjacentes, como por exemplo um chinelo “perdido” e mais perto da entrada uma águia, empoleirada no pedestal, acolhia o visitante no espaço que a integrava.  As peças não pareciam ter um ligação na primeira volta que fiz às salas, mas essa discrepância entre os objetos foi desvanecendo à medida que a temática do mito, de forma sublime, se tornava mais perceptiva. O aglomerado das diferentes singularidades presentes colocou-me de certa forma a viajar entre várias dimensões estéticas e correntes artísticas, nomeadamente (como já escrevi) o surrealismo e a pop-art manifestado nas peças de Neil Raitt. As composições de paisagens naturalistas, repetidas de forma exaustiva, contrastavam de forma bastante contemporânea e inteligente com a “banalidade” do suporte utilizado (o chinelo).  A riqueza plástica das diferentes técnicas do que se encontrava exposto, desde pintura, passando por escultura e vídeo, fez com que nem sequer me apercebesse da mudança de acervo expositivo que estava a acontecer durante o meu percurso. 



















Marius Bercea, Hannah Greely, Alex Hubbard, William Leavitt, Jon Pestoni, Neil Raitt, Claire Tabouret, Sean Townley

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