Luís Athouguia (1953- ) é um pintor e artista plástico português, em atividade desde
1983, tendo participado de diversas bienais de arte e exposto em vários museus e
exposições nacionais e internacionais desde então. Sua linguagem visual assemelha-se
ao surrealismo. Nas palavras do escritor português Manuel da Silva Ramos, Luís
Athouguia "é único e inclassificável (não é surrealista nem deixa de ser quando afirma
a sua reticência!)" [citação e imagem extraídas de http://athouguia.wixsite.com/athouguia].
Ao entrarmos no primeiro piso desta retrospectiva, somos envoltos por um universo
multicolor inexplicável. Por entre as algas dos quadros nossa imaginação voa e
mergulha neles. Em particular neste piso, "Caligrafia Efluente", do ano 2000,
prendeu-me de forma tal que passei bons minutos a observar o contraste de suas cores.
Voltava a ele de tempos em tempos: como que puxado por um laço, retornava aos seus
traços fluidos. Uma forma da não-forma que dá possibilidade ao observador de participar
de sua composição.
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Caligrafia Efluente (2000). |
Já no segundo piso, com obras mais recentes, entre 2003 e 2017, permanecemos
em meio às cores e somos levados cada vez mais ao mundo dos sonhos.
O pintor prende-se mais a formas, o que, em nenhum momento limita sua arte.
Pelo contrário, Athouguia rompe a barreira entre o abstracionismo e o figurativismo e
utiliza, belamente, elementos reconhecíveis: olhos, rostos, peixes, plantas, insígnias
e discos voadores. Juntos, formam uma poesia visual, dessas que cativam.
Tal como um marinheiro atraído pelo canto da sereia são os olhos de quem observa
cada quadro: fixos, vidrados, maníacos até, sedentos por mais, por jogar-se
em suas telas. Suas obras aqui expostas, 95 ao total, são verdadeiros
exemplos de uma arte que não deve favores à realidade.
cada quadro: fixos, vidrados, maníacos até, sedentos por mais, por jogar-se
em suas telas. Suas obras aqui expostas, 95 ao total, são verdadeiros
exemplos de uma arte que não deve favores à realidade.
Pelo contrário, apropria-se desta, criando quadros únicos, oníricos.
Como bom sonho, não se prende à lógica, brinca com esta.
Como bom sonho, parece-se com o anterior mas é outro,
um desvelar de uma nova e real não-realidade.
um desvelar de uma nova e real não-realidade.
Firmamentos Revisitados: Retrospectiva de Pintura de Luís Athouguia
Galeria Municipal Artur Bual
De 16/novembro/17 a 7/janeiro/18
Galeria Municipal Artur Bual
De 16/novembro/17 a 7/janeiro/18
Entrada livre, das 10:00 às 18:00 de terça a domingo, incluindo feriados
Contato: gmabual@cm-amadora.pt
A galeria possui acessibilidade para deficientes físicos
A galeria possui acessibilidade para deficientes físicos
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