ISOTYPE, conhecido como método de Viena, é um projeto
pictográfico, é uma linguagem que ilustra um dos potenciais sistemas de
representação do Design de Informação. Otto Neurath e Marie Neurath foram os
principais responsáveis pela idealização e implementação num período em que se
vivia num Pós-1ºGuerra. Primariamente, o projeto assume-se como um contributo
para a reconstrução e pacificação baseado na educação. Neste período, a
pictografia era vista como um meio mais adequado para a disseminação do
conhecimento, num contexto social de baixa alfabetização. Segundo Otto Neurath,
a pictografia surge como “(…) a second language for all. (…) using Isotype
signs is especially important for persons who have the desire to go forward not
only with the help of teacher but by themselves.”
Enquanto pensadores, designers e projecionistas sempre
tiveram o objetivo prestar um serviço público de modo a estabelecer um padrão
global para a educação e de certa forma unir a humanidade através de uma
linguagem visual e universalmente legível. Paralelamente, este sistema linguístico
desenvolve-se também num ambiente onde se discutiam diversos assuntos
filosóficos (Otto Neurath) com fundamento à ciência, no Círculo de Viena
(1920). Desde então, o sistema Isotype é uma expressão visual, do positivismo
lógico, de uma corrente de pensamento relacionava o racionalismo, à lógica, à
matemática e o próprio empirismo que resultava do conhecimento através da
observação e da experiência. “(…)
is an example of the way in which pictures may be of help in making the sense
of the words and statements clear.” Sem dúvida que a imagem neste período tem
uma importância
primordial nos processos de comunicação visual, “Isotype signs, in addition to
their internacional design and their power to make them pleasing to the eyes.” Otto
Neurath enquanto filosófico da ciência, sociólogo e economista político,
acreditava que o seu uso na comunicação iria desempenhar uma parte cada vez
maior no futuro.
O sistema Isotype enquanto linguagem funciona de modo
simbólico e paradigmático. Isto é, enquanto valor representativo tem um valor
convencional. Pode ser articulado com outros ícones/ unidades simbólicas seguindo
as regras deste mesmo sistema. Por outras palavras, cada símbolo é atribuído um
valor ao qual é multiplicado de acordo com a sua repetição ou posicionamento. Enquanto
sistema de representação gráfica, são elementos figurativos representados por
silhuetas simplificadas ou em projeção isométrica mantendo as suas
características à sua essência e identidade.
Ainda em Viena, em 1923, decorreu a primeira prática
pictográfica (ISOTYPE) no Museu da Sociedade Economia. Este espaço tornou-se
exemplar na sua aplicação e funcionalidade e adquiriu potencial nos campos
educativos e pedagógicos na pictografia. Isto levou a que a equipa de Otto
Neurath passasse a desenhar as respetivas exposições e núcleos para os vários
museus da Europa e dos Estados Unidos nesta época. Infelizmente com a mudanças
políticas ocorridas na Áustria (nazismo) em 1934, Otto Neurath sentiu-se forçado
a emigrar para Holanda onde publica na cidade de Haia o método internacional de
representação gráfica designado por ISOTYPE (Internacional System of Typography
Picture Education). Continuamente com a expansão do Nazismo na Europa, os
Neurath acabam por refugiar-se na Inglaterra e fundam o Isotype Institute que
se dedica à promoção internacional da educação visual.
Otto Neurath criou condições fortes e específicas deste
mesmo sistema, e é notório nos dias de hoje, desde os vários domínios da comunicação
visual onde a pictografia assume o controlo no nosso movimento no espaço e nas
nossas decisões enquanto elemento gráfico central (da sinalização às interfaces
gráficas, da infografia de imprensa ao cartoon e à publicidade).
Referência:. NEURATH, Otto, Basic by Isotype, London: Basic English Publishing Co, 1948
Referência:. NEURATH, Otto, Basic by Isotype, London: Basic English Publishing Co, 1948
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